“E se eu pudesse dizer-lhe tudo, você iria ver como Deus fez tudo, e eu nada.
Eu tenho trabalhado duro, muito duro, …e eu nunca recusei nada a Deus.”
Florence Nightingale
A história de hoje foi escrita no passado. Mesmo antes da pandemia, a OMS havia designado 2020 como o “Ano da Enfermeira” em homenagem ao 200º aniversário do nascimento de Florence Nightingale, conhecida como a “fundadora da enfermagem moderna”. Aos 17 anos, ela sentiu que Deus havia falado com ela, chamando-a para um futuro “serviço”, o qual mudou a sua vida de forma definitiva.
Seus pais ficaram chocados, afinal, ela era uma dama da alta sociedade e os hospitais eram lugares de degradação e sujeira. Ainda pior, a enfermagem era considerada trabalho servil de baixa qualificação, um lugar de mulheres com baixa escolaridade e poucos recursos.
As conquistas de Nightingale são ainda mais impressionantes quando consideradas o plano de fundo das restrições sociais impostas às mulheres na Inglaterra vitoriana. Não apenas porque Florence foi a enfermeira mais extraordinária da história, mas a forma inédita com que reis, rainhas e presidentes a consultavam e como até o presidente dos Estados Unidos queria seus conselhos sobre hospitais militares durante a Guerra Civil.
O mais cativante é como ela sempre testemunhava do poder de Deus em sua vida, como relatado em uma carta. Nightingale ganhou reputação internacional quando, em 1854, levou uma equipe de enfermeiras voluntárias para a Turquia para tratar das condições em um hospital militar britânico durante a Guerra da Crimeia, que até então, nenhuma mulher havia entrado em um hospital militar.
Ela implementou rapidamente protocolos de saneamento que hoje nos parecem familiares – três metros de distância entre os pacientes, ventilação adequada, limpeza frequente e desinfecção do meio ambiente, além de incluir medidas de higiene e nutrição, e condições ambientais como ruído e ventilação. Em seis meses, a taxa de mortalidade caiu de mais de 40% para 2%. Nightingale voltou a Londres como uma heroína.
Florence ficou conhecida na história pelo apelido de “A dama da lâmpada”, pois toda noite caminhava pelos hospitais com uma lâmpada para inspecionar os feridos. Quando os missionários se espalharam pelo mundo, a maioria deles levava consigo o modelo Nightingale, geralmente estabelecendo uma escola de enfermagem no hospital da missão.
O resultado é que Florence era a pessoa mais famosa da era vitoriana, além da própria rainha Vitória, e poucas personagens receberam tantas homenagens como ela. Florence foi a primeira mulher a receber a Cruz Vermelha Real, a Ordem do Mérito e a primeira a ter sua imagem adornada no papel-moeda britânico.
Hoje, o juramento “Nightingale” é verbalizado por cada nova enfermeira que se forma, a medalha “Florence Nightingale” é a maior distinção internacional que uma enfermeira pode alcançar e o Dia Internacional da Enfermeira é comemorado em seu aniversário. Muitas homenagens em seu nome correm pelo mundo como quatro hospitais em Istambul ainda têm o nome de Nightingale e a Marinha dos EUA a homenageou com o USS Florence Nightingale.
Já Jean Henri Dunant disse:
“Embora eu seja conhecido como o fundador da Cruz Vermelha … é para uma inglesa que toda a honra é devida. O que me inspirou … foi o trabalho de Florence Nightingale.”
A vida de Florence é a lição do Salmos 112:6: “…o justo ficará em memória eterna.”
Hoje, no meio do furacão de uma pandemia, é difícil imaginar que um dia a enfermagem tenha sido considerada um trabalho servil e não qualificado.
Não, não é, e isto graças a Florence Nightingale, uma serva gigante de um Deus ainda maior.